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11 de dezembro de 2010

Ex-aluna de sucesso

Do Montanhês para os palcos
A atriz e diretora de teatro Yara de Novaes Gomes relata suas lembranças do bairro Jardim Montanhês
Uma cidade do interior. É essa a imagem que a atriz e diretora de teatro Yara de Novaes Gomes tem do bairro Jardim Montanhês, de Belo Horizonte. Foi ali que ela passou toda sua infância e juventude, desde o dia de seu nascimento, 25 de agosto de 1966, até 1990, quando se casou.

Seus pais, Sr. Manoel e Sra. Célia, estiveram entre os primeiros moradores do bairro. Quando chegaram, ainda não havia água encanada. Uma senhora costumava buscar água para eles na mina, que era depositada em uma cisterna, com a qual enchiam a caixa d'água.

Yara se recorda de sua infância, marcada por brincadeiras no quintal e nas ruas perto de sua casa, já que a rua onde morava, a Alípio de Melo, era movimentada por aglutinar o tráfego que hoje se concentra na avenida Pedro II, que, naquela época, ainda não havia sido construída. Além das brincadeiras no quintal, Yara também freqüentava o "Campo do Palmeiras", um campo de futebol de terra, onde as crianças do bairro costumavam brincar.

Ela e os amigos também gostavam de alugar bicicletas no bairro Caiçara e sair pedalando pelo bairro, principalmente na parte asfaltada. Outro programa que divertia muito as crianças era fazer guerra de mamona, em que elas jogavam esse fruto umas nas outras. Na visão de Yara, era uma infância interiorana.



Yara cursou os primeiros anos escolares no Colégio Padre Eustáquio, que ficava em um bairro próximo ao Jardim Montanhês. Como as pessoas do bairro se conheciam, ela, apesar da pouca idade, ia sozinha, de ônibus, para a escola, na única linha que circulava pelo bairro, a "Linha 10". Todos os motoristas eram conhecidos pelos moradores. Havia o Sossego, o Baiano e o Manoel, que pegavam as crianças na porta de casa e as deixavam, depois da aula, na porta de casa novamente. De acordo com Yara, parecia um ônibus especial. Antes, porém, no período inicial do bairro, na época em que sua mãe lecionava, havia um bonde que a deixava longe de casa, no ponto do "Bar Império". Era preciso que algum aluno a acompanhasse até sua casa ou que o marido a buscasse no ponto.

Apesar de ter começado a estudar no Colégio Padre Eustáquio, foi no Grupo Escolar Eliseu Laborne Vale - que ficava a um quarteirão de sua casa e para o qual entrou quando estava na 2ª série do primeiro grau (atual Ensino Fundamental) - que Yara obteve grande incentivo para desenvolver seu talento para as artes cênicas. "Eu me lembro de que, em qualquer comemoração que houvesse no grupo, eu fazia uma dança, um jogral, uma peça de teatro. Eu coordenava, e os ensaios aconteciam na minha casa. O despertar da minha profissão ocorreu ali. Eu era muito estimulada, principalmente por uma professora de Português. Era uma professora que, no dia-a-dia, adorava dar poemas para a gente, na aula de Comunicação e Expressão", conta Yara.

Além do incentivo na escola, sua própria casa era um fomentador cultural para ela e seus irmãos. Seus pais tinham muito gosto por artes e transferiam esse gosto aos quatro filhos.

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