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11 de julho de 2011

gênero textual: Conto Psicológico

Texto da Daiane dos Santos da turma Pinheiro. Produzido na aula de produção de texto da  professora Juliana.
A Viagem

             Eu estava sentado na cabine de um trem, a caminho da minha nova casa, olhando desanimado para a chuva que caía pesadamente lá fora. Parece estranho dizer que eu estava sem ninguém me acompanhando. Mas é verdade, estava indo para uma nova casa, onde eu era o estranho.
             Lembro-me de quando tudo era mais fácil, mais feliz. Eu gostava muito de correr descalço, sentindo a grama macia sob meus pés. Gostava de gritar e rir, mas como tudo na vida acaba, minha alegria se foi. Meu pai andava muito doente e já não ia mais trabalhar, minha mãe teve que trabalhar dobrado deixando a tarefa de cuidar do meu pai para mim.
              Eu fazia tudo direito, ajudava meu pai a comer e a se lavar, limpava a casa e, até mesmo, fazia o jantar quando minha mãe se atrasava. Até que a doença desconhecida do meu pai o venceu. Ele faleceu no dia do meu aniversário, deixando seu último suspiro de presente para mim.
                Foi como se eu tivesse entrado num pesadelo e não soubesse onde estava a porta da saída. Minha mãe já não aguentava trabalhar mais e começamos a passar fome. Ela tentava de tudo para achar comida, mesmo que fosse um pedaço de pão mofado.
               Eu sentia uma grande tristeza pela falta do meu pai e por minha mãe.
              Até que um dia ela voltou para casa com uma sacola cheia de comida e uma expressão de pura tristeza. Perguntei a ela o que tinha acontecido e ela num movimento caiu numa cadeira soluçando e dizendo que tinha me dado para uma família que morava muito longe dali.
             O sentimento de traição me invadiu. Como? Como? Como ela pode me dar para outra família? Por que ela fez aquilo?
              De repente tudo se encaixou como uma última peça de um quebra-cabeça enorme. Ela queria que eu tivesse uma vida melhor. Não ligava se sentia fome e nem pela falta de dinheiro. Ela se preocupava comigo e com o meu futuro. Cheguei perto dela e dei um forte abraço e todo o sentimento de traição foi embora. Perdoei minha mãe por tudo e disse que a amava muito e nunca a esqueceria...
              O trem deu uma sacudida avisando que estava parando e trazendo-me de volta à realidade. Realmente eu não sentia nenhuma raiva de minha mãe, só tristeza. O trem reduziu a velocidade e parou. Pela janela pude ver a minha nova família, aguardando-me. Respirei fundo, peguei minha mala e saí da cabine, mas, não antes de prometer para  mim mesma que nunca iria esquecer de minha MÃE.
              Desci os degraus a caminho da nova vida.


5 comentários:

  1. adorei esse conto, um muito bom tambem e venha ver o por do sol

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  2. Amei . agora eu copiei esse texto em conto psicologico para o trabalho de lingua portuguesa . Amei esse . :D

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  3. Esse texto foi muito bem feito e a partir dele surgiu muitas ideias na minha cabeça, um texto onde as reflexões e os sentimentos surge de tal forma que motiva o leitor, gostei muito li varias e varia vezes e não me canso de ler... ótimo trabalho !

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  4. Queria muito que a aluna que o produziu pudesse ler esses comentários

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  5. lindo muito lindo !!!!!

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